Eu sou Maria Claudia Moreira
Eu adoeci quando completei nove anos,
foi ai que tudo começou em minha vida, sentia muita dores nas pernas,
comecei andar com dificuldades, para chegar a escola eu tinha que
sair mas cedo de casa pra chegar a tempo de assistir as aulas. Ficava pior a cada dia.
Meus pais nunca se descuidaram de mim, me levavam no pediatra mas ele
não encontrava nada. Para piorar mais ainda a situação minha mãe tinha
acabado de ter nenê, o pediatra disse para os meus pais que eu estava
era com manha e ciúmes da minha irmã, que logo passava tudo.
O
pediatra falou que era para o meu pai me colocar para correr todos
dias as 7 horas da manhã, um dia não dei conta de correr porque sentia
muitas dores nas pernas, meu pai me bateu mas eu não corri , ai
perceberam que não era manha e nem ciúmes da minha irmã.
Minha mãe
teve que deixar minha irmã recém nascida aos cuidados da minha tia,
para cuidar de mim. Meus pais decidiram me levar pra Goiânia pra ver se
descobriam a causa da minha doença. durante esse tempo passei por
vários hospitais em Goiânia.
Infelizmente não tive a melhor fase de
criança que é a infância e adolescência, passei internada aniversario,
dia das crianças, natal, enfim, todas as festas que criança gosta,
minha casa era nos hospitais.
Um dia estava brincando em casa
quando de repente cai fraturei a perna perto do joelho quase fratura
exposta tive que colocar platina e fiquei por 90 dias engessada pois
estava com osteoporose gravíssimo, tirei o gesso tornei a cair e
fraturar meu tornozelo, mas 60 dias no gesso e nada de descobrir o que
eu tinha, afinal durante esse tempo a minha vida era de hospital em
hospital.
Sofri muito pois fiquei sem andar por 2 anos e meio,
também fiquei sem falar, a única coisa que eu falava era mãe. Fiquei
dentro do hospital sem saber o que tinha, babava muito, meus nervos
começou trabalhar tudo ao contrario, não ficava sentada em cadeiras,
onde nos íamos tinham que levar um sofá de braço pra mim sentar, sabe,
podia tomar água no solado dos meus pés pois viraram para cima.
Dentro de um dos muitos hospitais que passei comecei a urinar sangue
vivo, minha mãe ficou louca de preocupação, pois os médicos queriam me
colocar na hemodiálise, minha mãe não quis, meus pais me tiraram do
hospital a forca por que os médicos não queriam me liberar.
Nessa
ocasião meu tio ficou sabendo que em Pau Melo tinha um medico espírita
que estava fazendo milagres, fui la tomei uma formula de remédio e já
parei de urinar sangue, marcou pra me operar no outro dia logo cedo ( a
cirurgia foi nos rins).
Depois de um ano voltei sentir dor nos rins
de novo mas durante esse tempo nunca deixei de ir nos hospitais em
busca do meu tratamento pra saber o que eu tinha afinal.
Fui pra
Brasília 3 vezes, no melhor hospital, eles não sabiam o que eu tinha,
me mandaram voltar pra Goiânia pois estava em um dos melhores hospital
do centro oeste que é o INSTITUTO NEUOROLÓGICO, que lá iam descobri o
que eu tinha.
Eu passava meses e meses internada pra investigar a
minha doença, e nada de descobrir, vinha medico de São Paulo, Rio de
Janeiro, Brasília e ai estudavam meu caso me fechavam numa sala, me
examinavam dos pés a cabeça e não descobriam nada. Após algum tempo que
estava internada pra investigar minha doença, minha medica disse pra
nos irmos pra casa descansar, lembro como se fosse hoje, era véspera
de ano novo, fomos pra casa pra ficar uma semana, mas quando foi na
segunda feira eu já estava de volta no hospital, ai minha medica disse
que enquanto nos estávamos em casa descansando, ela não descansou ficou
procurando alguma coisa que se parecesse com minha doença e encontrou um
caso de uma menina de São Paulo, os sintomas eram os mesmos , disse que
tinha surgido mais 3 exames, se não fosse ela estaria comigo ate o
final, que iria fazer tudo por mim , tudo que tivesse ao alcance
dela.
Graças a DEUS A Dra. Denise Sisterolli Diniz Carneiro
descobriu que eu estava com a Doença de Wilson, mas infelizmente a
doença conseguiu matar uma boa parte dos meus neurônios, meu raciocino é
lento só isto, comecei tomar os remédios fui só melhorando cada vez
mais, comecei a estudar de cadeira de rodas, faziam assim comigo: o
coletivo parava na porta de casa pegava minha cadeira fechava e colocava
dentro coletivo, chegava na escola descia, isto foi mais de anos todos
os meus colegas me incentivavam muito, mas como sempre, tinha aqueles
que gostavam de fazer graça também.
Engatinhava em casa sabe, tinha
muita vergonha do meu pai me carregar nos braços para todos os lugares,
eles saiam pra trabalhar eu ficava em casa sozinha, um dia coloquei
na cabeça que tinha que andar, então tinha dois sofás perto um do outro
me levantei e comecei a andar segurando nos sofás, quando meus pais
chegaram mostrei para eles e ficaram super felizes Passei por 7
cirurgias de correção ortopédicas mas hoje em dia levo uma vida normal
vou onde quero faço o que quero sem depender de ninguém, sou mulher
independente consegui fazer faculdade e terminar tenho que agradecer
isto tudo primeiramente a DEUS aos meus médios e a Dra Denise
neurologista esses dois são ortopedista Dr Alor e Ricardo depois ela,
meus pais que estiveram comigo o tempo, depois que esses anjos
apareceram em minha vida tudo mudou, meu tratamento foi muito caro meus
pais gastaram tudo o que tinha e o que não tinha comigo.
Sabendo da
nossa condição financeira pagamos só inicio do tratamento depois correu
tudo por conta deles. Durante esses tempos de hospital era só eu mamãe
os médicos , mas ninguém sabe o hospital virou nosso lar nós saiamos a
noite pra ir a igreja depois voltávamos novamente conheci muita gente
boa mesmo se eu pudesse gostaria muito de fazer uma homenagem a todos
que passaram em minha vida durante esses tempo.
Quando comecei a
fazer tratamento com a doutora Denise ela era residente, ainda da
ultima vez que fui a ela estávamos relembrando disto, hoje em dia ela
professora no Hospital das Clínicas aqui em Goiânia ai desta vez ela me
filmou, fotografou. entrevistou para levar para seus alunos.
Para
0s meus pais sou como um presente de DEUS na vida deles, sentem muito
orgulho de mim e eu deles se não fosse eles que tivessem lutado para
descobrir o que eu tinha, talvez eu não estaria aqui pra lhes contar
esta historia.
Tenho a doença de Wilson, a 25 anos que convivo com
ela e não sinto nada, levo uma vida de uma pessoa comum mas ando com um
pouco de dificuldades apenas, mas não impedi de fazer nada a única
coisa que sofro muito é com o preconceito das pessoas isto sim dói muito
mesmo, procuro não me importar com isto . Apesar disto tudo sou mulher
super feliz tenho muitos objetivos ainda a ser conquistados
Nossos objetivos
O objetivo do nosso Blog é compartilhar nossas experiências bem como divulgar a DW para tentar minimizar diagnósticos tardios por falta de informação por parte de alguns profissionais da saúde, o que acarreta graves consequências e sequelas irreversíveis para os portadores da DW. Que possamos estar juntos sem desistir da luta. Creio na força do amor e na superação dos obstáculos impostos pela vida. Juntos somos força, somos amor, somos vida.
Que guerreira esta garota.
ResponderExcluirTodos precisamos de ajuda.
"Lembrem-se que milhões de mãos podem fazer".(Mangari Maathai, Prêmio Nobel da Paz/2004)
Valdenice, Recife/PE.