A Doença de Wilson é facilmente tratável. Com a terapia
adequada, o desenvolvimento da doença pode ser interrompido e muitas vezes os
sintomas podem ser revertidos. O tratamento visa remover o excesso de cobre
acumulado e prevenir um novo acúmulo. É importante que o tratamento seja
mantido para o resto da vida.
Uma vez diagnosticada a doença, deve-se imediatamente iniciar o
tratamento: um atraso de apenas alguns dias pode provocar um agravamento
irreversível.
O tratamento consiste em medicação associada a uma dieta
alimentar com o mínimo possível de ingestão de cobre, pelo menos na fase da
retirada do metal acumulado antes do diagnóstico (ver adiante a tabela com a
quantidade de cobre nos alimentos).
No momento, os médicos escolhem uma dentre tres substâncias para
tratar a doença: a penicilamina (distribuída
no Brasil pela Prodome, da Merck Sharp & Dohme, com o nome de CUPRIMINE);
o trientine (SYPRINE),
do mesmo laboratório (ainda não disponível no Brasil); o acetato de zinco (no
Brasil, manipulado; nos Estados Unidos, distribuído com o nome de GALZIN). Os
tres foram aprovados pela FDA americana, o rigoroso órgão de controle dos
medicamentos produzidos e comercializados nos Estados Unidos.
A penicilamina (CUPRIMINE)
tem sido usada nos últimos 20 anos; é um agente quelante útil no tratamento de
diversas doenças; na doença de Wilson, destina-se a retirar o cobre depositado
em tecidos do organismo: associa-se ao cobre (e outros metais pesados) para
formar complexos estáveis que são expelidos pela urina. Entretanto, "é um
medicamento com alta incidência de efeitos indesejáveis, alguns dos quais podem
ser graves", conforme sua própria bula. Sua ingestão deve ser seguida pelo
médico especialista. Costuma-se acompanhá-la de vitamina B6, que parece
proteger o sistema nervoso dos efeitos colaterais desta medicação.
O acetato
de zinco (GALZIN) foi o mais recente medicamento a ser
aprovado pela FDA. Ele age bloqueando a absorção de cobre pelo trato
intestinal; sua ação remove o cobre acumulado (embora lentamente) e previne um
novo acúmulo. Sua maior vantagem é a ausência de efeitos colaterais. A eficácia
do acetato de zinco tem sido demontrada há quinze anos, com experiências
internacionais; constitui-se em uma alternativa efetiva para a manutenção do
tratamento, logo após a retirada do cobre acumulado anteriormente.Pode ser
tomado durante toda a gravidez sem causar anomalias no feto; pode também ser
usado mesmo por crianças pequenas. O acetato de zinco é particularmente
interessante para os pacientes que tenham desenvolvido reações adversas aos
agentes quelantes. Ele parece induzir a produção intestinal de metalotionina,
uma proteína com grande afinidade com o cobre; essa ação bloqueia a absorção de
cobre envolvendo-o com enterócitos. Isto quer dizer que novas ingestões de
cobre não atingem o sistema circulatório, sendo excretado.
O trientine é
um quelante que está sendo utilizado nos Estados Unidos com bons resultados.
Pacientes que não toleraram a penicilamina têm, muitas vezes, se beneficiado
bastante com o uso do trientine. Ainda não está à venda no Brasil. Para
utilizá-lo aqui, é preciso importá-lo.
Há uma outra substância sob investigação inicial para o
tratamento da Doença de Wilson: o Tetrathiomolybdate.
Embora seus efeitos colaterais não estejam ainda claramente estabelecidos, as
indicações são de que é bastante seguro.Tem-se a esperança de que não cause uma
piora no quadro neurológico, como pode ocorrer com a penicilamina.
Pacientes portadores de hepatite grave podem precisar de um
transplante de fígado.
A interrupção completa do tratamento resultará em morte, algumas
vezes num prazo de tres meses. A diminuição da dosagem pode resultar numa
progressão desnecessária da doença.
ATENÇÃO
Todas essas informações são apenas uma apresentação da Doença de
Wilson e seu tratamento. Não
substituem, de maneira nenhuma, uma orientação médica.
Consulte sempre o seu médico.
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